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Trabalhadores da TAP estão a aderir às licenças sem vencimento

  • Jornal de Negócios
  • Portugal
  • Online
  • Rafaela Burd Relvas
  • 3/12/2020 10:07 AM
  • 4 min

Trabalhadores da TAP estão a aderir às licenças sem vencimento Rafaela Burd Relvas Várias companhias aéreas, incluindo a TAP, lançaram programas de licenças sem vencimento para mitigar o impacto do coronavírus. Na transportadora portuguesa, já há adesões, mas ainda não foram divulgados números oficiais. A medida é pouco comum, mas o contexto em que está a ser aplicada também o é. Para fazer frente ao impacto do coronavírus, várias companhias aéreas estão a propor aos trabalhadores a adesão voluntária a licenças sem vencimento. É o caso de alguns dos maiores operadores do setor, como a Lufthansa ou a United, mas também da TAP. Na transportadora portuguesa, não há ainda informação oficial sobre o número de trabalhadores que aderiram a estas licenças, mas o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) adianta que já há adesões. “O programa tem tido alguma adesão. Embora ainda não seja possível quantificar o número de trabalhadores, vários quiseram tirar esta licença”, refere Henrique Louro Martins, presidente do SNPVAC, em declarações ao Negócios, acrescentando que o primeiro prazo para adesão à licença terminou na quarta-feira, havendo uma segunda data em abril. A justificar esta adesão poderá estar o facto de a proposta apresentada pela TAP aos trabalhadores reunir boas condições: “A empresa manteve benefícios, como o seguro de saúde, a contagem do tempo de serviço para efeitos de antiguidade e as facilidades de passagem”, detalha o responsável. O dirigente sindical esclarece, ainda, que a TAP manteve na íntegra a proposta de licenças inicialmente apresentada, mesmo depois de o Governo ter criado um regime especial de “lay-off”. O Negócios não conseguiu contactar o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC). Já fonte oficial da TAP recusou fazer comentários sobre este assunto. Contudo, um piloto da TAP, que prefere manter o anonimato, refere ao Negócios que a proposta apresentada pela companhia aérea agradou vários dos colegas. Esta tarde, a comissão de trabalhadores da TAP reúne-se com os administradores da companhia aérea para discutir a proposta de licenças sem vencimento, pelo que poderá haver mais novidades sobre o assunto. Não há riscos para os trabalhadores Henrique Louro Martins admite que “uma situação destas é sempre de preocupar qualquer sindicato”, mas diz acreditar que este será um cenário “temporário” e que a TAP, “com o volume de negócios que tem, irá recuperar”. A preocupação surge, desde logo, pela incerteza. O dirigente sindical admite que nada garante que a TAP não venha a propor um prolongamento das licenças, que, na proposta inicial, têm uma duração máxima de três meses. E também nada garante que os benefícios sejam mantidos. A lei portuguesa, explica Gonçalo Delicado, sócio da Abreu Advogados, “não estabelece qualquer limite ao número de trabalhadores a quem pode ser concedida este tipo de licenças”, embora haja exceções para micro e pequenas empresas, nem “existem períodos máximos de duração”. Seja como for, acrescenta, “estas licenças não importam quaisquer riscos para o trabalhador”. A sua antiguidade na empresa não pode ser afetada e, uma vez regressados, “serão restabelecidos todos os direitos, deveres e garantias”. Companhias cortam salários dos administradores Outra das medidas adotadas pelas companhias aéreas para mitigar os efeitos do novo coronavírus é o corte dos custos com os administradores. A TAP decidiu, por seu turno, não dar os prémios anuais a alguns quadros, mas há empresas que estão a ir mais longe e a cortar salários dos administradores, sobretudo na zona da Ásia Pacífico. Na australiana Qantas, para além da decisão de não se entregar bónus aos administradores, o presidente executivo, Alan Joyce, não vai receber qualquer salário até ao final do ano fiscal, que termina a 30 de junho. A restante equipa de administradores executivos vai sofrer um corte de 30%. Já a Singapore Airlines vai cortar em 15% os salários do presidente executivo e dos membros do conselho de administração executiva, com efeitos a partir de 1 de março. Já os vice-presidentes terão cortes entre os 7% e os 12%, enquanto os diretores de departamento vão sofrer cortes salariais de 5%, mas apenas a partir de 1 de maio. A Air New Zealand, a Malaysia Airlines ou a sul-coreana Asiana Airlines são outros exemplos de companhias onde os administradores vão sofrer cortes salariais. A TAP foi clara na proposta e manteve os benefícios dos trabalhadores na proposta de licenças sem vencimento. Tem havido alguma adesão, mas uma situação destas é sempre de preocupar.


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TAP workers are joining unpaid leave

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  • Portugal
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  • Rafaela Burd Relvas
  • 3/12/2020 10:07 AM
  • 4 min

TAP workers are joining unpaid leave Rafaela Burd Relvas Several airlines, including TAP, have launched unpaid license programs to mitigate the impact of the coronavirus. At the Portuguese carrier, there are already adhesions, but official figures have not yet been released. The measure is uncommon, but so is the context in which it is being applied. To cope with the impact of the coronavirus, several airlines are proposing workers to voluntarily adhere to unpaid leave. This is the case for some of the largest operators in the sector, such as Lufthansa or United, but also for TAP. At the Portuguese carrier, there is still no official information on the number of workers who have adhered to these licenses, but the National Union of Civil Aviation Flight Personnel (SNPVAC) says that there are already members. “The program has had some support. Although it is still not possible to quantify the number of workers, several wanted to take this leave ”, says Henrique Louro Martins, president of SNPVAC, in declarations to Negócios, adding that the first term for adhesion to the license ended on Wednesday, with a second date in April. The justification for this adhesion may be the fact that the proposal presented by TAP to the workers meets good conditions: “The company maintained benefits, such as health insurance, counting the length of service for the purposes of seniority and the passage facilities”, details the responsable. The union leader also explains that TAP kept the license proposal initially presented in full, even after the Government created a special lay-off regime. Business was unable to contact the Civil Aviation Pilots Union (SPAC). An official TAP source declined to comment on this matter. However, a TAP pilot, who prefers to remain anonymous, tells the Business that the proposal presented by the airline pleased several of his colleagues. This afternoon, TAP's workers' committee meets with the airline's managers to discuss the proposal for unpaid leave, so there may be more news on the subject. There are no risks for workersHenrique Louro Martins admits that "such a situation is always of concern to any union", but says he believes that this will be a "temporary" scenario and that TAP, "with the volume of business it has, will recover". The concern arises, of course, from uncertainty. The union leader admits that there is no guarantee that TAP will not propose an extension of the licenses, which, in the initial proposal, have a maximum duration of three months. And also nothing guarantees that the benefits will be maintained. Portuguese law, explains Gonçalo Delicado, partner at Abreu Advogados, "does not establish any limit on the number of workers who can be granted this type of licenses", although there are exceptions for micro and small companies nor “there are maximum duration periods”. In any case, he adds, "these licenses do not pose any risk to the worker". Their seniority in the company cannot be affected and, once returned, "all rights, duties and guarantees will be reinstated". Companies cut managers' salaries Another of the measures adopted by airlines to mitigate the effects of the new coronavirus is to cut costs with administrators. TAP, for its part, decided not to give annual bonuses to some executives, but there are companies that are going further and cutting managers' salaries, especially in the Asia Pacific area. At Australian Qantas, in addition to the decision not to give bonuses to administrators, the executive chairman, Alan Joyce, will not receive any salary until the end of the fiscal year, which ends on 30 June. The remaining team of executive directors will be cut by 30%. Singapore Airlines, meanwhile, will cut the salaries of the executive chairman and members of the executive board by 15%, effective 1 March. Vice-presidents will see cuts between 7% and 12%, while department directors will suffer 5% salary cuts, but only as of May 1. Air New Zealand, Malaysia Airlines or South Korea's Asiana Airlines are other examples of companies where managers will experience cut wages. TAP was clear in the proposal and maintained the benefits of workers in the proposal for unpaid leave. There has been some adherence, but such a situation is always a matter of concern.


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Trabalhadores da TAP estão a aderir às licenças sem vencimento

Trabalhadores da TAP estão a aderir às licenças sem vencimento Rafaela Burd Relvas Várias companhias aéreas, incluindo a TAP, lançaram programas de licenças sem vencimento para mitigar o impacto do coronavírus. Na transportadora portuguesa, já há adesões, mas ainda não foram divulgados números oficiais. A medida é pouco comum, mas o contexto em que está a ser aplicada também o é. Para fazer frente ao impacto do coronavírus, várias companhias aéreas estão a propor aos trabalhadores a adesão voluntária a licenças sem vencimento. É o caso de alguns dos maiores operadores do setor, como a Lufthansa ou a United, mas também da TAP. Na transportadora portuguesa, não há ainda informação oficial sobre o número de trabalhadores que aderiram a estas licenças, mas o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) adianta que já há adesões. “O programa tem tido alguma adesão. Embora ainda não seja possível quantificar o número de trabalhadores, vários quiseram tirar esta licença”, refere Henrique Louro Martins, presidente do SNPVAC, em declarações ao Negócios, acrescentando que o primeiro prazo para adesão à licença terminou na quarta-feira, havendo uma segunda data em abril. A justificar esta adesão poderá estar o facto de a proposta apresentada pela TAP aos trabalhadores reunir boas condições: “A empresa manteve benefícios, como o seguro de saúde, a contagem do tempo de serviço para efeitos de antiguidade e as facilidades de passagem”, detalha o responsável. O dirigente sindical esclarece, ainda, que a TAP manteve na íntegra a proposta de licenças inicialmente apresentada, mesmo depois de o Governo ter criado um regime especial de “lay-off”. O Negócios não conseguiu contactar o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC). Já fonte oficial da TAP recusou fazer comentários sobre este assunto. Contudo, um piloto da TAP, que prefere manter o anonimato, refere ao Negócios que a proposta apresentada pela companhia aérea agradou vários dos colegas. Esta tarde, a comissão de trabalhadores da TAP reúne-se com os administradores da companhia aérea para discutir a proposta de licenças sem vencimento, pelo que poderá haver mais novidades sobre o assunto. Não há riscos para os trabalhadores Henrique Louro Martins admite que “uma situação destas é sempre de preocupar qualquer sindicato”, mas diz acreditar que este será um cenário “temporário” e que a TAP, “com o volume de negócios que tem, irá recuperar”. A preocupação surge, desde logo, pela incerteza. O dirigente sindical admite que nada garante que a TAP não venha a propor um prolongamento das licenças, que, na proposta inicial, têm uma duração máxima de três meses. E também nada garante que os benefícios sejam mantidos. A lei portuguesa, explica Gonçalo Delicado, sócio da Abreu Advogados, “não estabelece qualquer limite ao número de trabalhadores a quem pode ser concedida este tipo de licenças”, embora haja exceções para micro e pequenas empresas, nem “existem períodos máximos de duração”. Seja como for, acrescenta, “estas licenças não importam quaisquer riscos para o trabalhador”. A sua antiguidade na empresa não pode ser afetada e, uma vez regressados, “serão restabelecidos todos os direitos, deveres e garantias”. Companhias cortam salários dos administradores Outra das medidas adotadas pelas companhias aéreas para mitigar os efeitos do novo coronavírus é o corte dos custos com os administradores. A TAP decidiu, por seu turno, não dar os prémios anuais a alguns quadros, mas há empresas que estão a ir mais longe e a cortar salários dos administradores, sobretudo na zona da Ásia Pacífico. Na australiana Qantas, para além da decisão de não se entregar bónus aos administradores, o presidente executivo, Alan Joyce, não vai receber qualquer salário até ao final do ano fiscal, que termina a 30 de junho. A restante equipa de administradores executivos vai sofrer um corte de 30%. Já a Singapore Airlines vai cortar em 15% os salários do presidente executivo e dos membros do conselho de administração executiva, com efeitos a partir de 1 de março. Já os vice-presidentes terão cortes entre os 7% e os 12%, enquanto os diretores de departamento vão sofrer cortes salariais de 5%, mas apenas a partir de 1 de maio. A Air New Zealand, a Malaysia Airlines ou a sul-coreana Asiana Airlines são outros exemplos de companhias onde os administradores vão sofrer cortes salariais. A TAP foi clara na proposta e manteve os benefícios dos trabalhadores na proposta de licenças sem vencimento. Tem havido alguma adesão, mas uma situação destas é sempre de preocupar.